Igreja vive a Semana da Divina Misericórdia
Celebrações terminam no domingo (16), com tradicional festa
Foto: Magnolia/Cathopic
Uma das grandes devoções da Igreja Católica, a Divina Misericórdia, é celebrada no mês de abril por milhares de fiéis durante uma semana inteira e culmina numa grande festa em dezenas de santuários Brasil e mundo afora. Neste ano, a festa está marcada para o próximo domingo, dia 16. Tão forte devoção, mas nem tão antiga quanto possa parecer, surge entre os anos 1931 e 1938, quando Irmã Maria Faustina, nascida na Polônia revela ter recebido do próprio Jesus novas formas devocionais, com o propósito de aproximar os cristãos do mistério da misericórdia divina.
Das conversas com Jesus, transcritas em seu diário, Irmã Faustina, a Santa Faustina, anuncia como novas formas devocionais o terço, a novena, a hora, a imagem da Divina Misericórdia e uma nova celebração litúrgica - a Festa da Divina Misericórdia, aprovada no ano 2000 pelo então papa João Paulo II e enriquecida com especiais indulgências. Em seu diário, escrito a pedido do padre Miguel Sopocko, seu confessor e diretor espiritual, Santa Faustina relata toda sua vida interior e ensina como ser um verdadeiro devoto da Divina Misericórdia.
Santa Faustina, chamada a Apóstola da Misericórdia Divina, narra em seu diário encontros com Deus Misericordioso, que permanecia na sua alma e falava ao seu coração. O diário aborda os últimos quatro anos de vida da santa, que morreu de tuberculose muito jovem, aos 33 anos, e apresenta a imagem da união dessa alma com Deus, além da profundeza da sua vida espiritual. Irmã Faustina foi beatificada em 1993 e canonizada em 2000, durante o pontificado de São João Paulo II.
TERÇO – Ainda em 2000, o segundo Domingo de Páscoa foi denominado como Domingo da Divina Misericórdia. Neste dia, fiéis do mundo todo celebram a novena e rezam o terço da Divina Misericórdia, além da grande festa que se multiplica pelos santuários e já faz parte do calendário de eventos de dezenas de cidades. O terço ocupa uma posição de destaque entre as formas de devoção ao mistério da Divina Misericórdia e foi revelado à Santa Faustina durante uma visão, em setembro de 1935.
No Terço da Misericórdia, nas contas do rosário referentes ao Pai-Nosso, reza-se: Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e Sangue, a Alma e Divindade de vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro. Nas contas das Ave-Marias, reza-se: Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro (10 vezes). Ao fim do terço, reza-se: Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.
O MISTÉRIO – A palavra “misericórdia” vem da junção dos termos latinos miseratio, que quer dizer compaixão, e cordis, quevem de coração. Significa, portanto, um coração compadecido. A Igreja aponta o amor como o maior ensinamento da misericórdia de Deus. São João Paulo II diz na encíclica Dives in Misericordia, de 1980: “...a Cruz de Cristo, na qual o Filho consubstancial ao Pai presta plena justiça a Deus, é também revelação radical da misericórdia, ou seja, do amor que se opõe àquilo que constitui a própria raiz do mal na história do homem: se opõe ao pecado e à morte”.
IMAGEM - Segundo Santa Faustina, a divina misericórdia é a última tábua de salvação que Deus oferece ao mundo. Ela conta em seu diário que, em 1931, Jesus apareceu para ela e revelou o desejo de ser conhecido como misericordioso. Disse Ele: “A humanidade não encontrará paz enquanto não se voltar com confiança para a Minha misericórdia” (Diário, 300). Jesus pediu também que fosse pintado um quadro, exatamente como ela via, para que o mundo conhecesse a misericórdia de Deus.
A imagem sagrada, conta Santa Faustina em seu diário, teve os detalhes explicado pelo próprio Jesus em sua aparição: “os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia, quando na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança” (Diário, 299). A imagem mais conhecida, datada de 1943, é a do pintor polonês Adolfo Hyla.
Por Sandra Nassar, com informações: www.misericordia.org.br e www.cancaonova.com
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