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Emaús: mistério revelado

Celebrar a presença real de Jesus é abrir a inteligência e os olhos para reconhecê-lo na promoção da vida.

O itinerário pascal é impecável, digno de ser amado e percorrido! No caminho de Emaús, a Igreja, povo de batizados, faz a solene experiência da graça eucarística que num movimento consciente, busca o Senhor com o rico desejo de alimentar-se de sua palavra e de seu corpo. Nossa vida é um caminho que que se desvela à medida que o seguimos. Nada é estável, porém, existe a vontade de sentido e felicidade. Aqueles dois discípulos andavam tristes por conta do martírio do Mestre, havia dor e medo, afinal eram próximos e estavam integrados na dinâmica do Reino.


Jesus chega e dialoga, sente suas emoções, os deixa falar, acolhe o sofrimento. Ao mesmo tempo, lhes catequiza retomando a Escritura para fazê-los entrar na história da salvação e participar plenamente da luz. É um movimento ascético e respeitoso que leva à maturidade. Jesus é paciente com os seus eleitos inserindo-os dentro de um tempo singular segundo a dinâmica de cada um.


Assim, faz conosco diariamente trazendo-nos à realidade e abrindo as porteiras da estrada para o seguirmos.


A mística pascal eucarística é deixar o coração inflamar pelo amor do Ressuscitado. Ele nos dá sua palavra preparando nosso coração para tocarmos no pão, no maná imperecível da eterna presença. Emaús é concretamente uma resposta aos que se acercam à eucaristia e não fazem a Páscoa por não entenderem que palavra e pão se integram e nos tornam ativos no mistério de Cristo. Esta cena é memória da paixão do Senhor que fica conosco nas horas da desolação e nas vitórias quando o reconhecemos na comunhão.


É ocasião para recuperar o ardor da vida em prol da humanidade e sermos mais cristãos alimentados pela compaixão. Celebrar a presença real de Jesus é abrir a inteligência e os olhos para reconhecê-lo na promoção da vida. Emaús e eucaristia nos despojam das insanas concepções de uma fé sem vínculos com a carência dos tempos e nos fazem retomar o caminho de volta para anunciar que Ele está vivo através da coerência de nossas atitudes. É o momento de abrir os olhos e arder de amor pela fraternidade. Paz e bênçãos!


Pe. Nilton Cesar Boni, cmf

Missionário Claretiano, sacerdote, formador do Filosofado Claretiano em Belo Horizonte/MG

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