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Cristo e a lei, vida ou hipocrisia?



Sempre que Jesus chama a atenção para o sentido da lei nos evangelhos, ele o faz para tocar no ponto fundamental que é a liberdade do ser humano. Ele nunca a negou e a menosprezou como muitos pensam. A lei é um caminho que garante a vida em sociedade e colabora para o progresso dos povos. Entendida desta maneira, ela é essencial, pois uma sociedade sem regras é permissiva e corrompida.


Em Mt 7,1-8.14-15.21-23, Jesus convida a refletir sobre a coerência de vida e o sentido da fé. Os fariseus sempre criticam Jesus e seus discípulos porque os consideram negligentes com os mandamentos e as tradições. Para eles a aparência da lei vale mais do que a humanidade. Pensam que agradar a Deus tem a ver com as regrinhas impostas pela tradição, o que na verdade, se torna manipulação e escravidão. Toda lei engessada e moralista deturpa a ação divina na pessoa. Precisamos entender que os 10 mandamentos são importantes para nossa fé, mas primeiramente, eles não são religiosos e sim, formam os princípios da lei natural tornando possível a convivência social.


As formas por mais importantes que sejam, não são essenciais. A aparência de uma de uma fina areia pode resultar em movediça. Uma lei que não ajuda a sermos mais humanos e serviçais pode transformar nosso interior num monstro capaz de devorar perversamente a tradição saudável e substituí-la pela patologia do ritualismo rubricista. Todo formalismo e legalismo assassina a graça e deturpa o Evangelho. A hipocrisia reside na aparência e não na sinceridade, negando a caridade e condenando ao fracasso.


É salutar desde a ótica de Jesus Cristo refletir que a verdadeira lei é amor a Deus e ao próximo evitando a maldade dominante; a religião agradável ao Senhor é ajudar os mais necessitados e afastar-se daquilo que corrompe a alma; a lei sem a compaixão é vazia e estéril; as aparências não salvam ninguém, então é preciso cuidar do interior para que saiam dele as boas intenções; a vontade de Deus é que o amemos desde a liberdade e não obrigados. O maior tesouro que temos é a graça de Deus. Peçamos o dom do equilíbrio e da maturidade.


Transparência é luz! Paz e bênçãos!


Padre Nilton Cesar Boni, cmf

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