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Foto do escritorJoka Madruga

O projeto de Deus: amar e servir

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B

Jesus Cristo carregando a cruz em sua demonstração de amor ao povo

Há momentos difíceis da vida que não encontramos o fim, a saída. Parece que tudo é escuridão e tristeza. Assim vivia o povo exilado na Babilônia, quando, surge um profeta anônimo discípulo da escola de Isaias que profetiza o que estudiosos chamam de “Livro das Consolações”, correspondente aos capítulos 40-55 de Isaias. O pequeno trecho que ouvimos na liturgia deste fim de semana pertence a este Livro das Consolações e apresenta uma parte do quarto cântico do Servo de Javé, que só é compreensível à luz de Jesus Cristo. É ele quem, sofrendo no lenho da cruz, ofereceu sua vida em expiação, isto é, em nosso lugar. Assim, fazendo a vontade do Pai, ele nos tornou justos carregando as nossas dores. Em outras palavras, quando nada mais parecer fazer sentido em nossa vida, a resposta estará sempre nele: JESUS CRISTO.


Acontece que a nossa tentação, assim como a de Tiago e João, é querer que Jesus faça as coisas do nosso modo. Com isso, nos frustramos. Ambos queriam destaque: sentar um à direita e outro à esquerda quando Jesus estivesse em sua glória. “Nós queremos”, diziam eles como quem se apropriasse de um direito de exigir o que quer. Ora, querer nós até podemos querer, mas a questão não é o que nós queremos de Deus, mas sim o que Deus quer de nós.


Por isso que Jesus questiona se eles poderiam beber do mesmo cálice que ele haveria de beber. O cálice indica, no contexto bíblico, o destino de uma pessoa. Em outras palavras, Jesus queria saber se eles estariam dispostos ao mesmo destino de entrega que o Mestre cumpriria na cruz. O Senhor deixa claro que “quem quiser ser grande, seja vosso servo” (Mc 10, 43). Este é, sempre foi e sempre continuará sendo o projeto de Deus: amar e servir.


Algo interessante de se notar é que, além do desejo declarado pelo poder da parte de Tiago e João, os outros dez apóstolos não são diferentes, mas apenas escondem isso. Ao ficarem “indignados” (Mc 10, 41) com os irmãos, eles deixam claro que no íntimo do seu coração desejavam tanto o poder e o privilégio quanto os dois. Assim, os discípulos caminham com Jesus, mas ainda não conhecem completamente o coração de Jesus.


Mas há uma consolação nisso tudo. Se os apóstolos de Jesus demoraram a compreender que o real projeto de Jesus é o serviço e o amor para com o próximo, nós ainda temos esta chance. Estamos na escola de Jesus e isso é consolador para nós. É consolador saber que “temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hb 4, 15). É com ele que aprendemos a ser gente menos ambiciosa e mais serviçal. É com ele que aprendemos a superar as dificuldades da vida, porque antes, ele passou pela dificuldade da cruz a fim de nos devolver a dignidade de filhos e filhas amados.


Sejamos, pois, homens e mulheres que saibam ler a vida com os olhos de Cristo, fazendo da vida um constante compromisso de amor e serviço aos demais.


Assim seja. Amém!


Reflexão sobre o 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Ano B

Leituras: Is 53,10-11 | Sl 32(33),4-5.18-19.20.22 (R. 22) | Hb 4,14-16 | Mc 10,35-45



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