Não estamos órfãos, temos o Espírito Santo!
Permanecer em Cristo é tomar consciência de nosso papel social como libertadores da morte
Foto: Pixabay
A ressurreição de Cristo dá uma resposta à solidão da humanidade. Concretamente em muitas ocasiões da vida, nos sentimos abandonados até mesmo por Deus e, é natural que passemos por crises, carências, decepções, desencontros. Porém, a fé em Cristo nos orienta, nos situa dentro do caminho da filiação e nos dá o Espírito Santo como o primeiro zelador, “o paráclito”, aquele que advoga em defesa do amor comunhão. Jesus não nos deixa órfãos e desamparados, mas nos envia o sopro criativo da luz que aquece e forja nosso coração na sabedoria da vida.
Neste amparo sagrado, nos envolvemos com Ele ao guardar de maneira digna e ativa a aliança batismal. Permanecer no amor é fazer a mesma coisa que Jesus fez por nós, ou seja, é servir gentilmente transpondo as barreiras das vaidades e abraçar a integridade do zelo pela salvação do próximo. O amor guardado é fonte de paz e solidariedade, de trabalho ardoroso que promove a felicidade e o prazer de permanecer ao lado de quem nos faz bem. Esse amor laborioso nos faz sair de um romantismo ideal para agir na realidade, fincando bases sólidas na esperança. O Espírito defensor nos ensina a guardar os mandamentos e praticá-los. É um perene esforço em busca da construção da própria identidade cristã que tem seu ápice no coração do Pai.
Jesus nos acompanha suavemente por meio de seu Espírito para que nossa amizade com a Trindade seja fecunda. Permanecer em Cristo é tomar consciência de nosso papel social como libertadores da morte que avança agressivamente em nossos rincões quando damos voz ao poder da perversidade e das mentiras. Se cremos que Deus é amor e Jesus é o Amor Salvador, devemos entoar o hino da gratidão e do testemunho evangélico que movimenta nossa responsabilidade em ressignificar o mundo pensado por Deus. Mas para isso, é preciso trabalhar o interior e renascer do Espírito do Ressuscitado para sermos luz. Peçamos ao Senhor que desmascare nossa hipocrisia para que guardemos fielmente o amor. Só assim, a vida fluirá e comungaremos da liberdade. Só os que amam como Deus podem fazer a diferença no mundo descrente.
Paz e bênçãos!
Pe. Nilton Cesar Boni, cmf
Missionário Claretiano, sacerdote, formador do Filosofado Claretiano em Belo Horizonte/MG
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