Evangelho deve basear a Comunicação na Igreja
Prática de vida nas comunidades também foi destaque
"Levo muito aprendizado. Tinha muita dificuldade em gerar conteúdo para rede social. Saio daqui com a mente aberta. Aprendi como chamar a atenção do público. Contamos com a parceria das outras pastorais e a comunidade tem nos ajudado muito no nosso serviço de comunicar\". A avaliação é de Paola Dias Blanc, agente da Pastoral da Comunicação da Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, de Ponta Grossa, sobre o ‘Encontro da Pastoral da Comunicação Para uma Igreja em Saída’, que aconteceu sábado (22), no Centro Pastoral da Paróquia Sant’Ana, em Castro.
Promoção conjunta das quatro paróquias da cidade – Sant’Ana, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Judas Tadeu e Nossa Senhora do Rosário, o dia de formação reuniu também agentes da pastoral de paróquias de cidades circunvizinhas. Padre Sandro Brandt, pároco da matriz Sant’ Ana, fez a abertura do encontro, dando boas-vindas aos participantes. “Cientes do quanto é difícil organizar uma pastoral de integração, a partir da Pastoral da Comunicação, surgiu a proposta de fazermos (o encontro), primeiramente, para a Paróquia Sant’Ana. Vendo o calibre das pessoas que vinham nos ajudar, falei que não seria justo limitarmos esses dons somente a nossa comunidade paroquial. Fomos abrindo a perspectiva, fazendo convite para os padres aqui da cidade e do Setor, que compreende também Piraí do Sul, Ventania. Depois, surgiu a proposta de abrir este encontro para toda a Diocese de Ponta Grossa, visto que temos uma carência muito grande de formação nessa área de Comunicação”, contou o pároco.
Padre Sandro lembrou que a própria Diocese já, em outros momentos, fez encontros. “Mas, sabemos da dificuldade de pessoas das nossas comunidades de se deslocarem. Temos várias comunidades do interior e há essa dificuldade de deslocamento. Por isso pensávamos então em propor esse encontro e prestigiar o Setor, ver a nossa carência no âmbito da Pastoral da Comunicação e, no âmbito pastoral, todos sabem, depois da pandemia, que estamos bastante carentes de lideranças. Precisamos, especialmente, fazer um resgate de nossas pastorais e, acredito eu, pela minha experiência de 15 anos como padre, que esse resgate pastoral vai se dar justamente quando nós aprendermos a comunicar aquilo que é nosso valor, da evangelização, do Evangelho e, ao mesmo tempo, mostrarmos que aquilo que nós temos sendo valor precisa ser bem comunicado, bem apresentado”, argumentou.
Irmã Élide Maria Fogolari, da Congregação das Irmãs Paulinas, jornalista, escritora, mestra em Ciências da Comunicação e autora do livro ‘Pascom’ abriu a programação, falando sobre a Pastoral da Comunicação e o Diretório da Comunicação na Liturgia e Catequese. “Encontros como esses são importantes para termos uma Pastoral da Comunicação que possa permear todas as demais pastorais. Não podemos pensar na Igreja hoje se não tivermos uma comunicação. Podemos fazer maravilhas, mas se não vamos dizer nada para ninguém, as nossas igrejas vão se ater a pessoas que ficam olhando paredes porque não sabem o que acontece nas igrejas. Primeiramente, é preciso perceber em que contexto nós anunciamos o Evangelho. Como que hoje nós encontramos a mentalidade, a cultura, sobretudo dos nativos digitais”, comentou, ao exibir um vídeo sobre o conhecimento tecnológico entre as crianças. “E aí queremos dar Catequese nos mesmos moldes dos anos 90, 2000....queremos falar para as crianças na mesma forma e na mesma cultura. Assim é a educação em casa, a educação na Igreja e queremos que eles entrem na nossa cultura. E eles não conseguem mais. Eles não conseguem nos entender porque para eles tudo é mais fácil. Precisamos nos esforçar, sobretudo os migrantes digitais, para entender a mentalidade e a forma como essa cultura trouxe novas formas de relação, novas formas de pensar, novas formas de propor. É um outro contexto”, explicou a religiosa.
Ainda segundo irmã Élide é preciso refletir o que é Pastoral da Comunicação, que ela se constitui a partir da Palavra de Deus. “É uma Pastoral que precisa inspirar as suas ações na Palavra de Deus, sua força e sua luz devem a iluminar. Outro elemento importante são os documentos da Igreja, estudos e pesquisas da área da Comunicação. A Pastoral não é constituída através do ‘achômetro’, mas recorre às últimas pesquisas em Comunicação, e, práticas comunicativas de vida nas comunidades. É preciso que as comunidades partilhem o que se faz nas comunidades”, citou, mostrando alguns documentos. Irmã Élide lembrou que a Pastoral da Comunicação é um fenômeno recente. “Há alguns anos não se falava nisso. Por isso hoje temos tanta dificuldade”, enfatizou.
Durante o dia foram quatro oficinas: Redes Sociais Digitais na Pascom (Facebook e Instagram), Arte de Fotografar na Ação Pastoral, Mídias Sociais nos Encontros da Catequese e a Comunicação na Liturgia na ótica do Diretório da Comunicação. \" Foi tudo perfeito. Estamos transbordando de felicidade. O encontro de hoje superou nossas expectativas e eu estou, particularmente, muito agradecida e tenho certeza de que vamos colher muitos frutos em nossas comunidades, através da Pastoral da Comunicação\", definiu Renata Macedo de Paula, articuladora do encontro. Mais de 60 agentes da Pastoral da Comunicação de diversas cidades da Diocese participaram.
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