Dom Amilton: “somos chamados a caminhar juntos”

Dom Amilton, novo vice-presidente da CNBB Sul2, falou ao Fraterno 2 sobre o trabalho na entidade e os desafios da CNBB e da própria Igreja. Foto: cnbbs2.org.br
Eleito na última terça-feira (14) vice-presidente da Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Amilton Manoel da Silva, bispo de Guarapuava, falou ao Fraterno72.net sobre a nova função e os desafios da CNBB e da própria Igreja para os próximos anos. Confira a íntegra da entrevista com dom Amilton:
P: Como o senhor recebeu a notícia de sua eleição para vice-presidente da CNBB Sul2, uma vez que já atuava como secretário da entidade? Foi surpresa?
R: Olha, recebi com certa surpresa, sim, até porque a coordenação atual poderia ser reeleita, no caso de dom Geremias e dom Peruzzo, mas eu como secretário não poderia ser reconduzido ao cargo. Eu imaginava, então, ficar fora da nova gestão. Porém, começaram as votações, meu nome apareceu e, num segundo escrutínio, acabei sendo eleito por maioria absoluta dos votos. Também fiquei surpreso porque estou em Guarapuava, cidade um pouco mais distante, que está fora dos grandes centros, como Curitiba, Cascavel, Maringá, o que pode dificultar às vezes o acesso a reuniões e outras atividades.
P: Na vice-presidência da Regional Sul2, quais serão suas atribuições?
R: Eu terei como atribuições, no próximo quadriênio, a presença em nossas assembleias e no conselho de pastoral, além de acompanhar o presidente em suas reflexões para tomada de decisões e em tudo o mais que eu puder contribuir, porque temos muitos desafios pela frente. A missão São Paulo VI, por exemplo, assumida há mais de uma década pelos bispos da Regional, exige que qualifiquemos nossa presença lá em Guiné-Bissau. Esse já é um grande desafio, além de outros que vão surgindo, a partir das necessidades do nosso povo dentro do regional, bem como aquilo que a CNBB, à luz do pontificado do Papa Francisco, traz para as arquidioceses.
P: Quais serão os principais desafios da CNBB nestes próximos anos e como o senhor espera contribuir com esta missão?
R: Acredito que o grande desafio da CNBB e de toda Igreja do Brasil e até da universal seja o caminho da sinodalidade, o processo que estamos realizando e que se tornará mais claro neste quadriênio, culminando com o Sínodo dos Bispos, em Roma, em outubro de 2024. Então precisamos colocar em prática aquilo que é a decisão da igreja e ajudar a viabilizar dentro da nossa regional. Outro grande desafio é a iniciação à vida cristã, esse caminho tão bonito e necessário, que foi abraçada por todas as dioceses da regional e pela CNBB. Temos aprofundado bastante este tema em nossas assembleias. Posso citar como desafio também as novas diretrizes gerais da ação evangelizadora, que a CNBB nos traz a cada quatro anos, e que agora foram estendidas até final do Sínodo, ou seja, não serão modificadas, mas sim ressignificadas, atualizadas à luz da missionaridade e da sinodalidade. O desafio será aplicar essas diretrizes à luz de um novo tempo na igreja, com o sínodo, dentro das realidades diocesanas e da regional como um todo.
P: O senhor já foi o bispo referencial para comunicação da Arquidiocese de Curitiba e sempre manteve uma abertura para a comunicação e articulação. Acredita que estas características contribuem com sua nova função na CNBB?
R: Foi uma alegria muito grande ser bispo referencial para a comunicação da Arquidiocese. Sim, acredito que ter participado da comunicação e da articulação vai somar, vai contribuir. Afinal, toda experiência que temos contribui nas funções que assumimos, principalmente na Igreja. E vejo que podemos avançar na comunicação em muitos aspectos, dentro das três regiões e dos setores que compõem cada região. A comunicação é uma das comissões da regional, mas mesmo que tenha um bispo referencial para a área, ela perpassa todas as pastorais, movimentos e atividades da Igreja. Sem a comunicação, não deixamos só de informar, mas também de nos formar, dentro das realidades que exigem sempre uma resposta com mais eficácia à luz do Evangelho e do Magistério da Igreja, no caso o Papa Francisco. Acrescento que estamos num caminho de sinodalidade, então todas as funções que temos dentro da igreja servem para alicerçar ainda mais a comunhão e a participação em vista da missão. Pastores, bispos, diáconos, presbíteros, a vida religiosa consagrada, institutos seculares, leigos e leigas são todos chamados a caminhar juntos, com o mesmo objetivo, formando unidade em Jesus Cristo, que é a razão de toda evangelização e do nosso ser Igreja. Por isso é importante continuar investindo em sinodalidade e também rezar. Peço que rezem pela nova presidência da regional, porque nós com certeza estaremos rezando por todos vocês.
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